Um nada lhe pedi. Nem mais, nem menos. Apenas e só um nada. Lhe pedi esse nada de tudo, esse vazio de cheio. Pois eu assim sou. Nada, vazia e oca sem ele. E, por isso, lhe pedi esse seu tudo. Lhe pedi tudo isso para me completar na minha imperfeição esvaziada e nadada de tudo. Eu sonhava ser com ele. Eu sonhava que ele fosse em mim. Sonhava para que minhas entranhas se preenchessem com o tudo que dele é. Mas ele nada sabe. E eu tudo sei. E neste pensamento diferido ele sorri com o maior dos sorrisos e eu choro com a maior das lágrimas. E assim a nossa senda se faz, sem se fazer, um e outro só a serem dois, e não um só.
Um nada. Um nada que se transforma, sem sabermos como, em tudo. Um tudo que também se pode transformar em nada. São as disparidades desta vida que nos fazem ser a soma de dois igual a 1 ou por qualquer razão, não trivial, 1 + 1 é igual a 2. Não sei se se procura ou se encontra. Não sei o que dói mais: saber tudo ou não saber nada. Ainda assim, acredito que se cresce e que se sorri por outros pedaços permanecerem em nós, para um sempre.
ResponderEliminarEstá lindo, Ângela!
"Mas ele nada sabe. E eu tudo sei" Será? Ou ambos sabem tudo, mas preferem que nada se saiba...;P Cada um ao seu geito vivendo pensando que nada sabem...
ResponderEliminarQuem te disse que o maior dos sorrisos não esconde também as maiores das lágrimas exactamente como o teu? Hoje estou para te desafiar... :P
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