quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um Nada


Um nada lhe pedi. Nem mais, nem menos. Apenas e só um nada. Lhe pedi esse nada de tudo, esse vazio de cheio. Pois eu assim sou. Nada, vazia e oca sem ele. E, por isso, lhe pedi esse seu tudo. Lhe pedi tudo isso para me completar na minha imperfeição esvaziada e nadada de tudo. Eu sonhava ser com ele. Eu sonhava que ele fosse em mim. Sonhava para que minhas entranhas se preenchessem com o tudo que dele é. Mas ele nada sabe. E eu tudo sei. E neste pensamento diferido ele sorri com o maior dos sorrisos e eu choro com a maior das lágrimas. E assim a nossa senda se faz, sem se fazer, um e outro só a serem dois, e não um só.

3 comentários:

  1. Um nada. Um nada que se transforma, sem sabermos como, em tudo. Um tudo que também se pode transformar em nada. São as disparidades desta vida que nos fazem ser a soma de dois igual a 1 ou por qualquer razão, não trivial, 1 + 1 é igual a 2. Não sei se se procura ou se encontra. Não sei o que dói mais: saber tudo ou não saber nada. Ainda assim, acredito que se cresce e que se sorri por outros pedaços permanecerem em nós, para um sempre.

    Está lindo, Ângela!

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  2. "Mas ele nada sabe. E eu tudo sei" Será? Ou ambos sabem tudo, mas preferem que nada se saiba...;P Cada um ao seu geito vivendo pensando que nada sabem...

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  3. Quem te disse que o maior dos sorrisos não esconde também as maiores das lágrimas exactamente como o teu? Hoje estou para te desafiar... :P

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